24 dezembro 2008

Pisca-pisca





Não são de fácil digestão os dias desta época. Agravados pelos petiscos não desejados aos quais é difícil escapar. O cérebro mastiga-os vezes sem conta, sem os engolir, descobrindo a cada volta que lhes dá um novo condimento de sabores que não provou, que dificultam ainda mais a digestão e que lhe atiçam a vontade. Tudo questiono e solução não encontro. Sinto-me num contra-revivalismo indesejado e nunca ultrapassado.
A casa está serena. A árvore estava à minha espera, despida, aguardando que a compusesse com os parcos presentes deste ano. As luzinhas acenderam-se e piscam sempre que lhes dou atenção. Gosto das luzinhas na árvore de Natal. Talvez seja ela a única que aprecio nestes dias, este ano reduzidos.
Os telemóveis não param de apitar, todos dizem o mesmo; frases repetem-se. Não seria melhor se tocassem todo o ano, repartidos, e não apenas nesta semana? Este ano boicoto todas as mensagens e mails de Boas Festas, sem dar uma única resposta que seja, pois se o Natal é quando o Homem quiser, por que querem todos que seja neste dia? Falta de originalidade, com outros 364 que há para escolher...
Não me levem a mal, isto é do Natal!