Fragmentos de vidas
Este foi um fim-de-semana frio. Talvez mais frio pela atmosfera e não tanto pela temperatura.
Quando nos levantamos de manhã nunca sabemos o que nos poderá aparecer nas horas seguintes até voltarmos à cama, para além do que, à partida, está planeado.
De repente, é-nos anunciado em cartaz um filme que sabiamos que podia estrear a qualquer momento, mas para o qual ninguém previa uma data. Ninguém sabia se ele chegaria a sair, nem o seu realizador. E quando as luzes se apagam para que comece, sentimos uma estranha sensação de familiar e irreal natural. Num súbito momento tudo muda de um cenário para o outro. E eu lá estou, espectadora que prefere não pensar como acabará a fita a que nem pensava assistir.
Foi mais um fim-de-semana por esta Lisboa que acolhe os corpos que nela gostam de viver. E que descobrem novos caminhos, mudam trajectórias, aprendem de novo como chegar a casa.
Este domingo terminou onde começou o anterior. Mais tarde, mais frio, no mesmo ponto sem luz.
Aqui em casa os pés continuam frios, a tosse persiste e a garganta voltou a doer.
"Amanhã será um dia melhor". E foi.