Os livros e a feira e eu e os livros
Ao contrário das outras pessoas, que vão à Feira do Livro para comprar os ditos, eu vou para passear com amigos, encontrar outros que não espero, ver o Parque do seu alto e o Tejo lá ao fundo, enquanto deito o olho numa ou outra banca que me desperta a atenção.
Este ano fiz a minha primeira visita à feira já nos últimos dias, pensando que seria a primeira e única, deambulando sozinha entre as pessoas e os livros, com o único pensamento de que não estava ali para o meu acto social, mas apenas para comprar o habitual volume da Lisboa Desaparecida, há um ano à espera que o preço baixasse. Não olhei para o rio, não encontrei ninguém conhecido e voltei para casa a pé, num prolongamento das subidas e descidas no parque.
A minha relação com os livros sempre foi aquela que alguns sabem e tentam contrariar. Não consigo devorá-los, mas gosto de ficar a ver quem os devora como se fossem acabar a cada virar de página. Eu sou lenta e descontinuada nas leituras e sempre achei que todos os livros deveriam ser musicados, assim seria mais fácil saber o que têm para me dizer.
Voltei à Feira nos 3 dias seguintes e tudo foi como sempre: combinei com amigos, encontrei outros que não esperava, vi o rio, apanhei sol e comprei muito mais do que o habitual volume da Marina Tavares Dias.
Sinto que este meu destanciamento da literatura tem mudado nos últimos anos. No entanto, aumentam as pilhas dos livros que ficam a meio, à espera de mais umas férias ou de voltarem a ter o seu lugar na mesa de cabeceira.
Nas recentes férias, acompanhou-nos uma capa que me foi familiar desde o primeiro instante. Achei que a conhecia desde sempre, não sabia bem de onde, mas só podia ser de casa. Era-me mesmo muito familiar, como se aqueles elefantes tivessem brincado comigo. E brincaram mesmo. Na altura, estavam guardados na porta de uma estante onde estava também uma caixa cheia de fotografias antigas (na altura menos antigas), que eu ia ver com alguma regularidade. Nunca o devo ter aberto, nem sabia o seu nome, mas conhecia o seu exterior.
A semana passada confirmei que tinha razão quando passei por ele, agora numa estante aberta noutra divisão da casa, onde quem passa pode ler "As raízes do céu".
E algo que sempre fez parte de mim foi-me mostrado por alguém que nada tem a ver com esse passado.
Vou trazê-lo da próxima vez que for lá a casa, pela curiosidade do que terá escrito, e, já que fomos companheiros sem esperar, talvez tenhamos mesmo de nos conhecer.
Boas leituras.
Este ano fiz a minha primeira visita à feira já nos últimos dias, pensando que seria a primeira e única, deambulando sozinha entre as pessoas e os livros, com o único pensamento de que não estava ali para o meu acto social, mas apenas para comprar o habitual volume da Lisboa Desaparecida, há um ano à espera que o preço baixasse. Não olhei para o rio, não encontrei ninguém conhecido e voltei para casa a pé, num prolongamento das subidas e descidas no parque.
A minha relação com os livros sempre foi aquela que alguns sabem e tentam contrariar. Não consigo devorá-los, mas gosto de ficar a ver quem os devora como se fossem acabar a cada virar de página. Eu sou lenta e descontinuada nas leituras e sempre achei que todos os livros deveriam ser musicados, assim seria mais fácil saber o que têm para me dizer.
Voltei à Feira nos 3 dias seguintes e tudo foi como sempre: combinei com amigos, encontrei outros que não esperava, vi o rio, apanhei sol e comprei muito mais do que o habitual volume da Marina Tavares Dias.
Sinto que este meu destanciamento da literatura tem mudado nos últimos anos. No entanto, aumentam as pilhas dos livros que ficam a meio, à espera de mais umas férias ou de voltarem a ter o seu lugar na mesa de cabeceira.
Nas recentes férias, acompanhou-nos uma capa que me foi familiar desde o primeiro instante. Achei que a conhecia desde sempre, não sabia bem de onde, mas só podia ser de casa. Era-me mesmo muito familiar, como se aqueles elefantes tivessem brincado comigo. E brincaram mesmo. Na altura, estavam guardados na porta de uma estante onde estava também uma caixa cheia de fotografias antigas (na altura menos antigas), que eu ia ver com alguma regularidade. Nunca o devo ter aberto, nem sabia o seu nome, mas conhecia o seu exterior.
A semana passada confirmei que tinha razão quando passei por ele, agora numa estante aberta noutra divisão da casa, onde quem passa pode ler "As raízes do céu".
E algo que sempre fez parte de mim foi-me mostrado por alguém que nada tem a ver com esse passado.
Vou trazê-lo da próxima vez que for lá a casa, pela curiosidade do que terá escrito, e, já que fomos companheiros sem esperar, talvez tenhamos mesmo de nos conhecer.
Boas leituras.
que livro...