De férias em São Miguel
Antes que venha mais uma semana de férias, e porque já tanto há para contar depois desta viagem, finalmente o relato dos magníficos dias passados nos Açores.
Era um destino que tinha em mente sem qualquer previsão de data para o concretizar. Quando houvesse uma oportunidade, iria. E fui ainda antes do que podia pensar, quando uma amiga aceitou passar uns meses da sua vida na ilha de São Miguel por motivos profissionais. Desde então (Outubro), comecei a planear a visita à ilha, apontando para datas sucessivamente adiadas até ao dia em que comprei o voo.
Da ilha guardo os tons de verde e azul, o branco e o preto, o cinzento e a neblina, os dias frescos, as curvas e contra-curvas, as vacas e mais vacas - ainda que menos do que esperava - e o som da natureza num estado ainda primário.
Com muito mais que haverá para ver, penso que poucos pontos de interesse nos escaparam do mapa dobrado e rabiscado que a nossa guia quase local nos assinalou logo à chegada, na marginal de Ponta Delgada, enquanto passava o desfile do Espírito Santo.
Com a mente relaxada, mais do que o corpo, que não conseguiu dormir as horas de que precisava, passaram-se os rápidos 9 dias com festas na cidade e na vila, com imagens sempre perfeitas onde a terra recorta o mar numa plana ilusão da paisagem.
Muita floresta, alguma chuva, um frio que não queria, menos banhos de mar do que gostava, chás na costa norte, areia preta nos pés e na roupa, mini-mochila onde estava tudo o que podia ser necessário.
Guardo boas recordações, com dias calmos, relaxados, as devidas aventuras de uma difícil viagem de regresso depois daquele que considero ter sido um dos melhores momentos por que passei, onde o corpo mergulhava numa água intensamente quente ao mesmo tempo que caía na cara uma chuva forte e fria.
Elegi a Lagoa do Congro (na foto) como o sítio especial, pequenina e visível apenas por quem tem curiosidade de descer e encontrá-la.
Na Lagoa do Fogo fiz o picnic com a melhor banda sonora, à beira da água depois de ter descido 900 metros, ter dado um 1/10 de volta à lagoa e me ter sentado com o som dos pássaros e mais pássaros que por ali voavam. Nada mais, nós e a natureza.
Das furnas trouxe a melhor surpresa. É mais do que pensava porque eu estava ali, a ser queimada no pé num terreno inofensivo a olho nu. A terra ferve mesmo e a água ameaça-nos a cada borbulhar. O cozido é bom e recomenda-se, a água não é tão azeda como dizem e a lagoa também tem o seu encanto.
Estes são apenas alguns momentos dos quase 800 km que percorremos. Há sempre mais para contar, mas por aqui me fico e deixo-vos algumas das coisas que por lá vi.
Este é, sem dúvida, um dos destino que recomendo! ;)