31 agosto 2007

Eterna paixão

(Barcelona, Maio 2005)

Ou amor. A música faz parte de mim. Sem ela não consigo ser.

Não tenho uma banda preferida. Acho que tive, mas o facto de já não ter leva-me a pensar que talvez essa também não fosse a "tal" que fica para sempre.

Para mim há músicas que ficam associadas a momentos e que despertam sentimentos logo que as ouço. Depois os albúns que me acompanham para onde quer que vá. Tenho de os ter sempre perto de mim, como se fossem orgãos vitais.

E há os "fascínios"... que são aquelas músicas que ouço em repeat até enjoar. É necessário. São estímulos essenciais à vivência. Descubro-as. Apaixono-me. Ouço muito, muito, muito e depois farto-me. Dou-lhes, e a mim também, um tempo para digerir e consigo, então, saber em que secção serão colocadas na minha discoteca interior. Todas têm uma entrada, e nem todas uma saída.

Presentemente ando com dois fascínios na língua de Camões, o que não acontecia há muito. Partilho-os convosco, apesar de já andarem a rodar por aí nas playlists a toda a hora. Aqui ficam as (0,5+0,5) + 1! [ Sim, é para clicar em todos!! ;) ]

30 agosto 2007

El puente es un pasaje



Hoy he estado en España. Fue la segunda vez que me fui allí para ir a la gasolinera. La verdad es que el combustible está muchísimo más barato.
El próximo finde hay las Fiestas de la Angustia, en Ayamonte. ¡Seguro que son las más grandes de la provincia! A ver se me voy allí por un rato a comer unas tapas y a tomar una caña. ¡¡A lo mejor Alasca estará cantando!! jejeje
Me acuerdo de cuando era niña e iba con mis padres y mis abuelos. Cogiamos el barco sobre el inicio de la tarde e íbamos a comprar todo lo que todavía no se vendía en Portugal. Fue allí que me enteré de Danone y sus flans, ¡que tanto me encantaban!
Todo ha cambiado y ahora quiero volver a Ayamonte para comprar unos Camper más baratos que en Portugal e ir de compra en Mercadona, el supermercado de La Plaza, el recién abierto Centro Comercial, porque ¡hay qué ser moderno!
¿Vale?

29 agosto 2007

Porquê?




Dizem-me constantemente "é a rotina, é a rotina...", com ar insatisfeito, mas conformado, como se a vida tivesse de ser vivida pelo lado mais fácil, aquele que não requer qualquer tipo de criatividade. E eu tenho de viver com a rotina imposta pela escassez de recursos em que me vejo envolvida? E tenho de a aceitar?

Não. Não quero ser mais uma entre iguais.

Sempre consegui não ter essa tão petrificante vida, que suga as pessoas para o desintesse total, conformadas com o que não têm e inertes para conseguirem aquilo de que gostam.

Continuarei a tentar contrariar as tendências mais óbvias do dia-a-dia.

Re-descoberta.

Este é um grande desafio.

28 agosto 2007

Aquela máquina!


"C00D11BB" é o erro que Media Player dá quando tempo ouvir rádio pela internet. Foi um ar que lhe deu... À tarde, playava; à noite não!Há dois dias que estou privada de ouvir a minha estação nocturna de eleição, aqui a frequência não existe.
Não era tudo mais fácil no tempo da Regisconta?? Cada um tinha a sua função: a máquina de escrever, apenas escrevia; o rádio tocava música; a televisão transmitia imagem com som; os CTT levavam a correspondência.
Agora tentamos concentrar tudo numa só máquina e, se o material tem razão, ficamos sem nada.
Se houver uma alminha que me saiba ajudar, agradeço muito, porque isto de andar a ouvir no música no youtube e myspace tem os seus limites. Eu prefiro que escolham por mim e não ter de me preocupar.

27 agosto 2007

Frutos

[Barcelona, Maio 2005]



Quando era pequena não gostava de fruta. Comia bananas e pouco mais, sem qualquer apetite. Hoje não prescindo das minhas maçãs, que me acompanham para onde quer que vá, e gosto sempre de levar para casa qualquer fruta que me pisque o olho quando estou no supermercado.
As vitaminas são essenciais. Revigoram corpo e mente... Sabe bem sentir aquele sumo de laranja na boca de quando em vez, mas não de qualquer laranja! Só aceito de colheita especial. Há por aí muitas azedas, e mesmo a especial não me dá os gomos todos.
Não esqueçamos o néctar dos deuses, fruto nobre, que torna o referido sumo tão apetecível. E sabe bem pela noite dentro... Agora acabou-se, o pomar fica longe. E eu aqui com a boca salgada.
O fruto proibido? Já foi o mais apetecido. Está com sabores atenuados, o clima alterou-se.
Beber sem trincar e colher sem provar, não. Quero descobrir outros frutos. Aqueles que estão para além das ondas.Mas o agridoce não me desagrada, gosto de misturar paladares.

26 agosto 2007

Afinal...


Com chuva, sem sol, sem chuva, com calor, o fds lá passou. Não foi fácil, mas a presença de um contemporâneo, com quem não estava há muitos anos, ajudou bastante.
Sábado salpicado com café em Monte Gordo. As memórias estão cá todas. O que evoluí desde aí não permite que me assombrem, felizmente. São recordações. Antes do mergulho na piscina ao final da tarde, passagem por Castro Marim, onde nunca tinha estado, para visitar a tão falada, entre os locais, X Feira Medieval. Comprei chá de menta avulso e sal marinho das salinas do concelho. Foi uma breve, mas interessante visita alternativa.
Hoje o dia acordou cinzento, sem vestígios de sol. Na saída de casa para almoçar, o confronto com 32ºC húmidos que me levaram a uma tarde na praia para leitura e descanso.
Sem sol e com um sentir distante, o fim-de-semana passou, menos mal...
Amanhã o trabalho começa, agora com tarefas definidas e resposabilidades para assumir. Wish me luck!

25 agosto 2007

Primeiro dia de chuva




Hoje acordei e o dia estava assim... Era previsível, uma vez que a noite foi estrondosa e iluminada.
Os planos para ir conhecer outra das ilhas (Tavira ou Farol) foram com a água que choveu. Acordo e ligo o pc, instintivamente, para ouvir rádio e ver se está alguém a quem dizer "olá".
Será este um dia "amostra" do Inverno por estes lados? Um primeiro teste à minha resistência, ainda que deturpado pela companhia da família de acolhimento?
Bom fim-de-semana e bons climas!

21 agosto 2007

A vida tal como ela é

(Londres, Dezembro 2005)



O contacto com os algarvios tem sido gradual, ainda que reduzido, e, maioritariamente, à distância. De si, pouco sei, mas de mim querem saber muito.

A procura de casa tem sido um método interessante para perceber como funcionam estas cabecinhas...

Quando ligo e peço informações sobre a casa, que os próprios puseram anúncio para arrendar, pouco mais ouço do que silêncio. Lá faço umas quantas perguntas, muito concretas, e começa a descrição, breve e sem grande entusiasmo. Depois de fazer a pergunta final, qual o valor da renda, vem a habitual frase "pois... isso sabe... ainda não sabemos bem... Gostávamos de a conhecer primeiro e depois logo falamos do preço". Alego que só perderei o meu tempo se o valor estiver dentro do que estou disposta a pagar, surgindo a segunda pergunta do outro lado: "Então... é aqui de Tavira?", o que não demonstra muita perspicácia auditiva. Lá lhes digo que não, que estou cá a trabalhar e que preciso de arranjar casa rápido, por isso não tenho tempo a perder com conversas inúteis. Inevitavelmente perguntam "E trabalha onde??". Pronto, é tudo o que querem ouvir!! Lá lhes respondo (se não for assim acho que acabo mesmo a acampar na ilha) e o discurso muda da noite para o dia: "Ah! Pois olhe, a casinha é muito boa, blá, blá, blá..." e ao fim de cinco minutos a descrever todos os pormenores, ficam à minha disposição para mostrar o apartamento, dizem o preço e terminam com: "Tinhamos muito gosto em ter cá a menina", frase que já foi concluída com: "uma camarária, ficaria muito contente se ficasse com a casa" ou "uma menina, gosto muito de alugar a casa assim a uma menina. Ainda para mais ficava aqui mesmo ao pé de mim!".

Enfim... Há mais um conjunto de situações interessantes, mas essas ficam para depois. Até lá, dia 31, altura em que poderei visitar todas as casas e decidir para qual vou morar dia 2, de certo que terei de dar mais umas quantas justificações de onde sou, para onde vou e o que faço aqui.

E é isto que me espera... No entanto, evito determinados hábitos que podem levar à intromissão indevida por parte deste povo, tais como: não passar sempre nas mesmas ruas, não almoçar sempre nos mesmos sítios, não dizer mais do que o essencial quando me fazem uma pergunta e nunca cair na tentação de dizer "bom dia" só porque aquela cara já pode ser familiar.

De resto, cá estou, provisória dentro do provisório. No próximo fim-de-semana vou mudar de quarto dentro da casa temporária. Já não basta andar a saltar de casa em casa, agora também tenho de dormir de cama em cama!

O trabalho está em stand-by até quinta-feira. Depois disso, logo vejo o que me espera. Até lá, navego pela internet, já que não posso ir para o mar...

Ao final da tarde sabe bem a praia, mas hoje a piscina fez as delícias de um corpo que percorreu parte da cidade com o sol como chapéu.

Amanhã talvez faça valer os meus direitos e dê um saltinho até à Ilha! ;)

20 agosto 2007

Nunca é tarde para aqueles de quem gostamos




Hoje li aquilo que eu não fui capaz de escrever há quase 2 meses... Fiquei triste comigo por não o ter feito e por não conseguir expressar qualquer palavra quando tinha algo importante para dizer. Mas sabia que um dia, qualquer que fosse ele, conseguiria. E foi ao ver reflectido em alguém aquilo que sinto e senti que me impulsionei. O que mais me toca é o que menos consigo partilhar... E prefiro fugir em pensamentos quando o confronto é inevitável.


Se paro, penso, e sinto um enorme vazio. Perdi-a assim, sem que pudéssemos ter um último olhar cúmplice, como tantos em que as palavras se tornavam desnecessárias. Fico triste... Muito.


Tal como li também um dia, ela pode ter desaparecido, mas nunca morrerá. Porque faz parte de mim no que de mais profundo sou.


Com saudade, até sempre...

19 agosto 2007

Ausência





Assim me encontro: com a alma vazia e o coração cheio de nada.

Os amigos presentes ajudam bastante, a ambiência familiar também. Sentir-me em casa é importante, quando não a tenho há já muito.

Ainda inconsciente da razão de aqui estar, preenche o mar esta ausência que sinto. "O regresso, para quando?" recorre no meu pensamento. Mas uma esperança maior, ainda por descobrir, contraria a vontade da mente.
E fico.

16 agosto 2007

E ao terceiro dia...


Tive, finalmente, direito a um espaço para trabalhar, o qual tem uma agradável varanda com vista para o centro da cidade, cheia de vasos com plantas e aparelhos de ar condicionado. Se ignorarmos o lado direito do terraço, até nos sentimos em casa. Se formos curiosos e olharmos, sentimo-nos num qualquer saguão que não tem outra utilidade senão a descarga dos gazes emitido pelos referidos aparelhos arrefecedores de ambientes.
Conheci a minha colega do agradável gabinete, a "tal" de que todos falam, manifestando sempre algum sinal de não sei quê e assinei o meu contrato para prestadora de serviços oficial e segurada.
O dia calmo que hoje se sentiu trouxe-me o ânimo necessário para não queira fugir de forma irracional.

15 agosto 2007

Tarde na Ilha




Hoje fiz a minha primeira incursão pelo território algarvio. Fui à Ilha da Armona. Gostei, mas é diferente daquilo que tinha imaginado... Tem muita construção, que está, maioritariamente, concentrada ao longo do caminho que atravessa a "ilha" [fiquei a saber que não é uma ilha, mas sim o Lido de Faro (vulgo "língua de areia") ao longo do qual se distribuem várias "ilhas", que não são mais do que pequenos aglomerados de casas; ou seja, na realidade é uma ilha gigante, com pequenos locais povoados aos quais chamam "ilhas"], ligando o cais ao mar.
A sensação de estar rodeada de areia e de mar é algo que me agrada sempre, sinto-me alheada da realidade. Mas o vento forte que se sentia não permitiu que contemplasse a imensidão da paisagem, forçando a uma caminhada de duas horas (onde quase chegámos por terra à ilha da Fuzeta) à beira-mar.
O lado bom do Algarve é o Sul, temos sempre o oceano aqui à frente.
[Ouvi dizer que choveu em vários pontos do país, é verdade? Aqui o dia esteve lindo, como se vê pela foto... ;P]

14 agosto 2007

Trabalhora ilegal





Ao segundo dia descobri que estou ilegal. Não podia, nem devia ter começado a trabalhar porque ainda não assinei o contrato (a senhora que me disse isto arregalou muito os olhos e berrou que eu só não tinha ouvido o que ela disse porque não queria). No entanto, o trabalho exigido para hoje até às 5h!! foi concluído com êxito à 1h e já não voltei de tarde. Tive de ir resolver as formalidades dos prestadores de serviços... É verdade, de voltao ao mundo da precaridade. E como ainda nem devia estar a trabalhar, decidi não ir de tarde. Estou apenas a fazer o que me disseram,não trabalhar!


Cheguei a casa, atirei os sapatos para o lado, falei 20 minutos ao telefone com o chefe para resolver um problema (sim, ilegal mas indispensável), comi qualquer coisa e daqui a pouco vou até à praia... Como nada mais corre de feição, pelo menos aproveito o único lado positivo da coisa.


Amanhã é dia de não-trabalho. Vou pôr o sono em dia e tentar não me lembrar por que estou aqui...

13 agosto 2007

TAVIRA TE VIRA


Primeiro dia, muitas experiências. Oito horas repletas, sem tempo para almoço e com humor pouco apreciado. Nem sei o que dizer... Tenho saudades. De tudo, de todos.
1º DIA EM NÚMEROS
Edifícios visitados: 4.
Pessoas contactadas: inúmeras.
Pessoas apresentadas: 2.
Tarefas iniciadas: várias.
Trabalhos concluídos: 0.
Prazos a cumprir: amanhã às 5! Não interessa como...
SALDO = migratório
Não estou propriamente animada, eu sei, mas não se assustem! Isto é resultado de ter projectado muito durante dois anos e agora cair no mundo real.
Amanhã será o dia depois de hoje. Cá estou para o sobreviver...

12 agosto 2007

Ao Sul





É importante passar pela origem antes de iniciar uma nova etapa. Senti-me em casa. E eles sentiram-se bem. Assim queria que acontecesse.

Amigos no comboio para regressarem ao passado, segui para Sul, com o sol companheiro a Oeste.
Tal como todos os anos em Agosto, cá estou no Algarve. Não falho mesmo um!
Para já, serviço 5 estrelas:
- quarto com cama tamanho XL, TV e A/C;
- piscina;
- praia a 200 metros, mesmo antes dos campos de ténis abertos ao público;
- sopa do dia garantida ao jantar.
De que me posso queixar? Parecem-me as condições ideais para começar e não pensar em voltar. ;)

10 agosto 2007

Impercepção


Estou a pouco mais de 48 horas de mudar a minha vida. Sei que ela vai mesmo mudar, que tudo vai ser diferente. E novo. E que terei de aprender e descobrir a melhor forma de a viver.
Neste momento tenho no meu cérebro a informação de para onde vou e o que, provavelmente, me espera. Mas é como se essa informação não tivesse qualquer significância.
Não sinto nada.
É como ver, saber e não descodificar, nem interpretar.
O choque de realidade, quando se der, será forte e prevejo que solitário.
Talvez necessário.

08 agosto 2007

And now...






Londres está longe de ser uma das minhas cidades preferidas, mas estas férias foram muito boas. Estive em Oxford e Bath e voltei à City numa perspectiva diferente.

Fora dos percursos cheios de turistas, vivi a cidade pelos olhos dos londrinos, ou daqueles que ali vivem.

Almoçar Pie&Mash, compras em Oxford St., conversas no pub, piquenique no Parque, passagem pela laundrette e passear... muito... ao longo do Thames.

Foi bom este regresso. Uma vez mais, é daquilo que nada esperamos que podemos ter as melhores surpresas.



Algumas fotos mais aqui e também aqui.